Foram anunciados os resultados do Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira - PNAM’21, que em sua sexta edição premiou um projeto vencedor e duas menções honrosas em “Sustentabilidade e Economia Circular” e “Tipologia de Materiais”. O prêmio principal foi atribuído à obra Casa no Castanheiro, de autoria do arquiteto João Mendes Ribeiro, localizada em Valeflor.
A Casa do Castanheiro parte da ideia do lugar. A referência ao Genius Loci, que o autor do projeto evoca como ponto de partida projetual, sintetiza a essência da produção arquitetónica. Deslocando o interesse do objeto arquitetónico para a relação com o sítio e para o ambiente com que se vai relacionar, o contexto é o ponto inicial do projeto: um castanheiro centenário de grande porte numa paisagem rural. Perene no tempo, no espaço, e na matéria, a Árvore acolhe a Arquitetura numa relação de grande intimidade e respeito pelas diferentes essências e tempos do seu novo conjunto. Consiste numa reflexão crítica sobre o Habitar, onde damos um astuto passo desde o batalhar a Natureza em procura de conforto, para a união das nossas forças rumo a um futuro mais sustentável. — Júri PNAM'21
A menção honrosa de “Sustentabilidade e Economia Circular” foi atribuída à obra Praça Pública da Quinta do Brasileiro - Filigrana de Madeira, de autoria dos arquitetos José Manuel Botas Pequeno e Ricardo Nelson do Vale Afonso, localizada em Corroios.
Esta estrutura vem qualificar o praça que implanta, com vista a captar a vida interior para o coletivo, chamando assim um sentido Chão Comum a este espaço. A intervenção revela particular sensibilidade no recurso à madeira para a definição de uma estrutura leve, que complementa a perenidade da construção e natureza preexistente com um estratégico laivo de contemporaneidade. — Júri PNAM'21
Por sua vez, a menção honrosa de “Tipologia de Materiais” foi atribuída à obra Melo Leote, de autoria da arquiteta Joana Leandro Vasconcelos (Atelier in.vitro), localizada no Porto.
A reabilitação da casa Melo Leote trabalha a preexistência sob um princípio de camadas de tempo. Aqui, a contemporaneidade toca o passado apenas onde necessário, dotando-o das ferramentas necessárias para enfrentar um novo futuro. Em sintonia com este gesto, a intervenção sintetiza ainda a resposta aos requisitos funcionais do Cliente, com as necessidades de conformação urbana que a envolvente do lote determina. A sensibilidade destas sínteses mostra-se transversal a todas as escalas do projeto, que estabelece relações de continuidade volumétrica, e complementaridade material, trazendo a si os temas do tectónico e estereotómico, entre novo e existente. — Júri PNAM'21
O PNAM – Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira é um prêmio bienal que tem como objetivo incentivar e promover a fileira florestal portuguesa através da inovação, valorização, circularidade, promoção e utilização da madeira e seus derivados em edificações. Destina-se a premiar obras com caráter permanente, realizadas em Portugal, que evidenciem o uso da madeira como material relevante na arquitetura.
O júri tem uma composição a cada edição, tendo sido neste ano presidido por Francisco Vieira de Campos e composto por Nuno Mateus, José Miguel Ribeiro de Sousa, Helena Cruz, Maria Manuel Oliveira, Jorge Manuel Gonçalves Branco e Sónia Durães.
Via PNAM.